domingo, 5 de junho de 2011

Mapa do Carbono

NASA apresenta mapa do carbono armazenado nas florestas tropicais

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/06/2011
Mapa-múndi do carbono revela estoque das florestas tropicais
De forma nada surpreendente, a maior parte do carbono está armazenado na Floresta Amazônica, que se estende por vários países da América Latina. O mapa cobre apenas as florestas tropicais. [Imagem: NASA/JPL-Caltech/UCLA/]
Mapa-múndi do carbono
Uma equipe de pesquisadores coordenados pela NASA usou dados de vários satélites para criar uma espécie de mapa-múndi do carbono.
O objetivo é criar uma base de dados para o monitoramento de carbono - sobretudo, para o gerenciamento do dióxido de carbono em escala planetária.
O mapa, contudo, é bem dirigido: ele retrata os dados de 75 países tropicais e suas florestas.
De forma nada surpreendente, a maior parte do carbono, segundo a pesquisa, está armazenado na Floresta Amazônica, que se estende por vários países da América Latina.
Monitoramento do carbono
Apesar dos extensos esforços para controle das emissões de gases de efeito estufa pelos países, em diversos acordos e tratados internacionais, ainda não há uma base científica para monitorar essas emissões.
"Este é um mapa de referência, que poderá ser usado como uma base de comparação no futuro, quando a cobertura florestal e seu estoque de carbono variarem," propõe Sassan Saatchi, do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, líder da pesquisa. "O mapa mostra não apenas a quantidade de carbono armazenado na floresta, mas também a precisão da estimativa."
Estima-se que o desmatamento e a degradação florestal contribuam com algo entre 15 e 20 por cento das emissões globais de carbono.
As florestas tropicais armazenam grandes quantidades de carbono na madeira e nas raízes de suas árvores. Quando as árvores são cortadas e se decompõem ou são queimados, o carbono é liberado para a atmosfera.
No ciclo de vida da floresta, contudo, ainda há controvérsias sobre os volumes da absorção e das emissões.
Mapeamento do carbono nas florestas
Depois do fracasso no lançamento de dois satélites artificiais voltados para o monitoramento do ciclo do carbono na Terra, os pesquisadores resolveram usar o chamado satélite do gelo, o ICESat, o mesmo que já havia servido para construir omapa-múndi da altura das florestas.
Com a ajuda de dados de campo, amostrados diretamente no solo, eles calcularam a quantidade de biomassa acima do solo e, assim, a quantidade de carbono contido.
A equipe então extrapolou esses dados para a toda a variedade de terrenos e relevos ao redor do globo.
O mapa revela que, no início dos anos 2000, as florestas nos 75 países tropicais estudados continham 247 bilhões de toneladas de carbono - para comparação, são liberados anualmente para a atmosfera cerca de 10 bilhões de toneladas de carbono pela queima de combustíveis fósseis e pela agricultura.
Segundo o mapa, as florestas da América Latina contêm 49 por cento do carbono de todas as florestas tropicais do mundo. Por exemplo, o estoque de carbono do Brasil sozinho, com 61 bilhões de toneladas, é quase igual a todo o estoque de carbono na África Subsaariana, de 62 bilhões de toneladas.
Mercado de carbono
Esses números sobre o carbono, juntamente com informações sobre a incerteza das medições, são importantes para os países que pretendem participar do Programa REDD+ (Reducing Emissions from Deforestation and Degradation - Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).
O REDD+ é um esforço internacional para criar um valor financeiro para o carbono armazenado nas florestas. Ele oferece incentivos para os países preservarem suas florestas, reduzindo as emissões de carbono e investindo em rotas de desenvolvimento de baixa emissão de carbono.
Bibliografia:

Benchmark map of forest carbon stocks in tropical regions across three continents
Sassan S. Saatchi, Nancy L. Harris, Sandra Brown, Michael Lefsky, Edward T. A. Mitchard, William Salas, Brian R. Zutta, Wolfgang Buermann, Simon L. Lewis, Stephen Hagen, Silvia Petrova, Lee White, Miles Silman, Alexandra Morel
Proceedings of the National Academy of Sciences
May 31, 2011
Vol.: Published ahead of print
DOI: 10.1073/pnas.1019576108

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PORQUÊ NÃO VÃO CUIDAR DE CRIANÇAS?

PROTEÇÃO ANIMAL --- Lilian Rockenbach pelos Direitos dos Animais


por Francisco José Papi



Resposta à pergunta de algumas pessoas

Questão interessante. Vamos ver se essa eu consigo responder de modo didático.

1) Quem faz esta pergunta admite que existem dois tipos de pessoas no mundo: As Pessoas Que Ajudam e as Pessoas Que Não Ajudam.

Além disso, admite também que faz parte das Pessoas Que Não Ajudam, afinal, do contrário, diria "Por que não me ajudam a defender as crianças com fome?", ou "Venham defender comigo as crianças com fome!", ou "Não, obrigada, vou defender as crianças com fome".

Então ela se coloca claramente através de sua escolha de palavras como uma Pessoa Que Não Ajuda.

É curioso a Pessoa Que Não Ajuda, não faz nenhum esforço para ajudar, mas, sim, para tentar dirigir as ações das Pessoas Que Ajudam. É bastante interessante. Se eu fosse até sua casa organizar sua vida financeira sob a alegação de que eu sei muito mais sobre administração familiar eu estaria interferindo, mas ela se sente no direito de interferir nas ações que uma pessoa resolve tomar para aliviar os problemas que ela encontra ao seu redor.

É uma Pessoa Que Não Ajuda, mas ainda assim quer decidir quem merece ajuda das pessoas Que Ajudam e o nome disso é "prepotência".

2) Pessoas Que Ajudam nunca vão ajudar as "crianças com fome". Nem tampouco os "velhos", os "doentes" ou os "despossuídos". E sabe por que?

Porque "crianças com fome" ou "velhos" ou qualquer outro destes é abstrato demais. Não têm face, não são ninguém. São figuras de retóricas de quem gosta de comentar sobre o estado do mundo atual enquanto beberica seu uisquezinho no conforto de sua casa.

Pessoas Que Ajudam agem em cima do que existe, do que elas podem ver, do que lhes chama atenção naquele momento. Elas não ajudam "os velhos", elas ajudam "os velhos do asilo X com 50,00 reais por mês".

Elas não ajudam "as crianças com fome", elas ajudam "as crianças do orfanato Y com a conta do supermercado".

Elas não ajudam "os doentes", elas ajudam o "Instituto da Doença Z com uma tarde por semana contando histórias aos pacientes".

Pessoas Que Ajudam não ficam esperando esses seres vagos e difusos como as "crianças com fome" baterem na porta da sua casa e perguntar se elas podem lhe ajudar.

Pessoas Que Ajudam vão atrás de questões muito mais pontuais.

Pessoas Que Ajudam cobram das autoridades punição contra quem maltrata uma cadela indefesa sem motivo.

Pessoas Que Ajudam dão auxílio a um pai de família que perdeu o emprego e não tem como sustentar seus filhos por um tempo.

Pessoas Que Ajudam tiram satisfação de quem persegue uma velhinha no meio da rua.

Pessoas Que Ajudam dão aulas de graça para crianças de um bairro pobre.

Pessoas Que Ajudam levantam fundos para que alguém com uma doença rara possa ir se tratar no exterior.

Pessoas Que Ajudam não fogem da raia quando vêem QUALQUER COISA onde elas possam ser úteis. Quem se preocupa com algo tão difuso e sem cara como as "crianças com fome" são as Pessoas Que Não Ajudam.

3) Pessoas Que Ajudam são incrivelmente multitarefa, ao contrário da preocupação que as Pessoas Que Não Ajudam manifestam a seu respeito. (Preocupação até justificada porque, afinal, quem nunca faz nada realmente deve achar que é muito difícil fazer alguma coisa, quanto mais várias).

O fato de uma pessoa Que Ajuda se preocupar com a punição de quem burlou a lei e torturou inutilmente um animal não significa que ela forçosamente comeu o cérebro de criancinhas no café da manhã. Não existe uma disputa de facções entre Pessoas Que Ajudam, tipo "humanos versus animais".

Geralmente as Pessoas Que Ajudam, até por estarem em menor número, ajudam várias causas ao mesmo tempo. Elas vão onde precisam estar, portanto muitas das Pessoas Que Ajudam que acham importante fazer valer a lei no caso de maus-tratos a um animal são pessoas que ao mesmo tempo doam sangue, fazem trabalho voluntário, levantam fundos, são gentis com os menos privilegiados e batalham por condições melhores de vida para aqueles que não conseguem fazê-lo sozinhos.

Talvez você não saiba porque, afinal, as Pessoas Que Ajudam não saem alardeando por aí quando precisam de assinaturas para dobrar a pena para quem comete atrocidades contra animais, que estão fazendo todas estas outras coisas, quase que diariamente. E acho que é por isso que você pensa que se elas estão lutando por uma causa que você "não curte", elas não estão fazendo outras pequenas ou grandes ações para os diversos outros problemas que elas vêem no mundo. Elas estão, sim. E se fazem ouvir como podem, porque sempre tem uma Pessoa Que Não Ajuda no meio para dar pitaco.

Então, como dizia meu avô, "muito ajuda quem não atrapalha". Porque a gente já tem muito trabalho ajudando pessoas e animais que precisam (algumas até poderiam ser chamadas tecnicamente de "crianças com fome", se assim preferem os que não ajudam).

(este texto pode e deve ser reproduzido) Escrito em 13.04.2005

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mas se não possuímos fazendas na Amazônia como podemos contribuir para regeneração ou degradação daquele cenário?

Hoje pela manhã, por acaso, assistíamos o Globo Rural, preparando o suco de clorofila com sementes germinadas do desjejum. Curiosamente o tema era iniciativas de regeneração das nascentes do Rio Xingu.

Fruto do tempo em que o governo incentivava o desmatamento para o crescimento das lavouras, as florestas devastadas resultaram no assoreamento das nascentes e na contaminação das águas. Hoje em dia o desmatamento irregular é passível de multa e interdição das terras e o mercado verde germina como ferramenta no cenário ambiental.

Os herdeiros da cultura da devastação resistem bravamente à gestão ambiental das suas propriedades, tendo como contraponto o movimento de proprietários que se organizam para viver a nova realidade legal, atenta a regeneração da Terra.

Mas se não possuímos fazendas na Amazônia como podemos contribuir para regeneração ou degradação daquele cenário?

Acredite, não somos inocentes. Cada um de nós já derrubou algumas daquelas árvores. Nesse momento elas podem estar dentro das nossas casas, em forma de sapatos, tênis, bolsas e acessórios de couro, congeladas no freezer, embalada no saquinho de leite, na caixinha de bebida de soja, no shampoo de origem animal ou mesmo na agenda em forma de registro de almoço de trabalho da semana,...

Desconfortável pensar nisso, não é mesmo?

Refletir sobre a origem e os impactos ambientais daquilo que consumimos, nos torna conscientes da qualidade da contribuição que podemos dar na regeneração da Terra.

A legislação ambiental é de suma importância, as técnicas de controle do governo também são, acreditar que as crianças vão cuidar de tudo no futuro é uma possibilidade.

São nossas escolhas cotidianas mais simples que nos fazem co-criadores de um mundo mais verde, saudável e feliz.

Juliana Malhardes
www.culinariaviva.com



"Somos Terra, que abraça, ama, sente e cuida". Boff